Os registros são escasso sim. É que toda vez que vem uma motivação pra tipografar, esta é trágica. Triste, doída. O velho moço, agora com mais de meio século de vida percebe que extrapolou na fanfarronice, na boemia, no álcool, nas drogas, na loucura. Vê-se em cada suspirar o arrependimento de mais da metade das coisas que fizera. Ai. Me dói muito também. Sou seu menino, seu primeiro.

Perdeu a mão destra. Não mexe mais. Não de todo, mas quase. A mão que segurava a talhadeira enquanto a canhota marretava. Exímio recuperador de carros, o melhor que já existiu sem dúvida. Inteligente. Mas a destra não mexe mais. Tecnicamente, eu leigo, imagino coágulos e placas lipídicas obstruindo alguma parte do sistema vascular e causando o "derrame". Acordou no domingo e ela não mexia.

Sofro.

Coisas boas são cotidiano, sou otimista, mas ora ou outra me deixo levar pela realidade dos meu queridos. Eles parecem não se iludir tanto com a vida quanto eu e sofrem com isso. Um otimismo sem fim, eu.

Ele fala que uma princesa ajudaria muito. Como fez com o outro. Ela chega logo, não demora. Só acho que vai ser menino, mesmo eu querendo menina.

Peço: Deus, não deixe ele ir antes da Virgem Santa. E não leve ambos antes da princesa. Dessas coisas eu não tenho controle. Apenas tu, Pai. Pai, pai... papai.